Como trabalhar nos Estados Unidos: dicas sobre o mercado de trabalho norte-americano

Você sonha em morar nos Estados Unidos, mas tem receio do mercado de trabalho na terra do Tio Sam? Conheça a história de como a engenheira Carolina Requena conseguiu seu primeiro trabalho por lá.
trabalhar estados unidos

A vontade de morar em outro país e ter uma qualidade de vida melhor era um desejo que não saia da cabeça da paulistana Carolina Requena e do seu marido Riccardo Garofletti. Os dois tinham bons empregos e uma vida relativamente estável em São Paulo, mas estavam cansados da rotina desgastante de uma cidade tão grande. 

Em meados de 2015, a chance de realizar esse plano veio antes do que eles imaginavam. O seu marido foi desligado da empresa em que trabalhava e ela, ainda empregada e ocupando um cargo de gerência em uma multinacional, achou que tinha chegado a hora de mudar tudo e recomeçar a vida em outro lugar.

O casal estava disposto a se mudar ou para algum país da Europa ou para os Estados Unidos e começaram a procurar vagas de trabalho em diferentes países.

Riccardo foi o premiado. Uma vaga para trabalhar como engenheiro civil surgiu nos Estados Unidos e eles decidiram que era a hora de ir. Ela pediu demissão e juntos, em apenas dois meses, se mudaram para o Texas. “Eu deixei o meu emprego, mas queria ter a certeza de que quando chegasse lá, eu poderia trabalhar. Essa era uma questão fundamental pra mim.” 

A sorte do casal é que o visto concedido ao seu marido permitia que quando eles chegassem nos EUA, ela tirasse o work permit, – a tão desejada permissão de trabalho. Esse documento é essencial para quem quer trabalhar nos Estados Unidos. “Como eu não precisei fazer nem a validação do diploma, nem a prova de inglês, em dois meses, eu estava com o documento na mão.” Ela é formada em engenharia química, mas algumas profissões como medicina ou direito exigem que o profissional faça algumas provas para validar o diploma antes de aplicar para a permissão de trabalho. 

Um novo trabalho… mas por onde começar?

Ao chegar no Texas, os primeiros passos nada tinham a ver com o verbo trabalhar. Primeiro, ela queria organizar os papéis, encontrar uma casa, comprar os móveis, conhecer a “vizinhança” e entender a nova rotina, para aí se aventurar na busca de um novo emprego. “Demorou quase um ano para eu finalizar tudo, mas quando eu estava pronta e com a permissão de trabalho nas mãos, não sabia muito bem por onde começar. A princípio, eu achei que funcionava como no Brasil. Lá, eu aplicava para as vagas pelos antigos sites de emprego ou buscava as vagas nos sites das empresas que me interessavam.” 

Como a busca não estava dando muito certo, a engenheira resolveu ir atrás de uma profissional da área de coaching para ajudá-la a entender o mercado de trabalho nos Estados Unidos. Se você não sabe bem o que faz um coaching, ele é um especialista em desenvolver o lado profissional ou pessoal das pessoas usando técnicas assertivas das áreas de psicologia, gestão de pessoas, administração, etc. 

Uma amiga, também brasileira, que havia feito coaching para se recolocar no mercado de trabalho nos Estados Unidos foi quem me deu a ideia e me indicou a coaching dela. Fazer o coaching foi essencial para eu conseguir o meu primeiro emprego aqui. Entre as várias dicas que a profissional me deu, a que melhor funcionou pra mim foi procurar as vagas pelo Linkedin. Eu entrei em contato com os gerentes de empresas similares as que eu já havia trabalhado no Brasil. Fui bem cara de pau. Eu mandava mensagens privadas dizendo: ‘Hi, I am from Brazil and used to work for (name of the company) there. Last year, my husband was transferred to Frisco, Texas and here I am trying to build my career in a foreign country.  It seems that (name of the company) has similar projects what I am used to. If you heard sth or are interested I will be glad to forward additional information’.”

O Linkedin é uma das melhores ferramentas para se conseguir um trabalho nos Estados Unidos. Outra coisa que funciona muito bem por lá é frequentar os encontros de networking. Eles acontecem constantemente, você pode achar o seu nicho em aplicativos como o Meetup. E não se esqueça: nos Estados Unidos é fundamental levar um cartão de visitas e colocar uma roupa mais formal, ou seja, nada de jeans e camiseta. 

Entrevista de emprego… ahhhhhh!!!!

Depois de muitas conversas com a coaching, a primeira proposta apareceu.E aí mais uma dúvida: o que fazer? Como passar pelo processo de seleção? Carolina tinha feito curso particular de inglês dos 11 aos 17 anos. Além disso, também havia cursado um intensivo de de inglês de dois meses em Londres, mas para a entrevista de emprego, a conversa era outra. E de novo, a coaching foi essencial neste momento

“Eu achei que estava preparada porque já tinha passado por entrevistas de emprego no Brasil, mas quando a minha coaching me mandou uma lista de perguntas e simulou uma entrevista comigo, eu percebi que na hora de responder em inglês, eu tinha que pensar de um modo totalmente diferente e isso me mostrou que eu não estava 100% pronta. Pra mim, perguntas técnicas são mais fáceis, o mais difícil é  falar sobre o que desejo, como sou no ambiente de trabalho, por exemplo, ’tell me about when…’ ou ‘what interests you about this job’. Outro grande obstáculo foi a tal frase de efeito (elevator pitch), que é algo fundamental para uma entrevista de emprego aqui.”

Para quem não sabe, o elevator pitch é um discurso breve e persuasivo que você usa para despertar interesse em você mesmo e não deve durar mais do que 20 a 30 segundos. A solução foi criar o elevator pitch junto com a coaching e criar as respostas para as perguntas gerais em casa.“ Como meu ponto forte não é a comunicação, todo esse processo de treinar as frases em inglês foi muito positivo. Eu também pesquisei como eu deveria responder certos tipos de perguntas em sites de empregos. E quando eu tinha as respostas prontas, falava para a coaching e fazíamos os ajustes juntas. Eu não precisei treinar o inglês, mas sim como me comunicar. Todo esse processo realmente me ajudou a conseguir o meu primeiro trabalho.”

O que você deve saber para a entrevista de emprego

O processo de seleção também foi bem mais simples do que no Brasil. Eles não colocaram empecilho em nada. “A responsável pelo RH entrou em contato comigo via Linkedin e marcou uma entrevista por skype com quem seria o meu chefe. Depois que eu estava pronta, com as respostas na ponta da língua, o processo foi bem rápido, fácil e dinâmico. Muito menos burocrático do que no Brasil.” 

Outra grande diferença durante as entrevistas é que eles não estão preocupados com a sua vida pessoal, não perguntam se você tem filhos, nem onde você estudou. Eles estão interessados na parte técnica, as perguntas são bem focadas sobre o trabalho e, vamos combinar, é muito mais fácil falar sobre o que você sabe fazer.

Na hora do vamos ver

Para ela a maior dificuldade foi entender as diferenças do mercado de trabalho e ajustar o inglês. “Apesar de no Brasil, eu já trabalhar muitas vezes em inglês, aqui eu tinha que usar a língua 100% do tempo. No começo isso foi um obstáculo porque eu ficava mais cansada, tinha que pensar mais antes de falar.”  E a maior facilidade? “Lidar com as pessoas foi extremamente fácil! Os profissionais com quem trabalhei e trabalho hoje sempre foram de fácil acesso e estão sempre prontos para ajudar”.

O casal já mora há mais de quatro anos nos Estados Unidos e agora vive em Boston. Ela já está em seu segundo emprego e só vê pontos positivos na mudança pra lá. “Claro que tenho saudades do Brasil, mas a minha vida profissional vai muito bem por aqui. Além de ser reconhecida na minha área, as empresas aqui respeitam mais a vida pessoal do profissional. Hoje, eu tenho uma vida mais equilibrada e segura.”

APRENDA INGLÊS E MUDE DE VIDA!
BAIXE O APLICATIVO DA BABBEL
Compartilhar: