Zach trabalha na equipe de Comunicação da Babbel, estabelecendo parcerias entre a Babbel e projetos de pesquisa com dedicados linguistas, bem como acadêmicos de diferentes disciplinas. Abaixo ele descreve um estudo de caso conduzido recentemente com uma equipe de pesquisa da Universidade de Gotemburgo, na Suécia. Os resultados do estudo demonstram como o uso de aplicativos de idiomas para celular pode complementar os cursos de idiomas tradicionais.
Como muitos usuários da Babbel, eu sei a importância de se aprender um idioma para integrar-se em uma nova cultura. Eu me mudei para Berlim, na Alemanha, há seis anos, aos 27 anos. Na época, meu conhecimento de alemão limitava-se à compreensão passiva de meia dúzia de palavras de empréstimo (Kindergarten, Doppelgänger), comidas e bebidas (Wiener Schnitzel, Lager) e cognatos (Baby, Vitamin). Logo percebi que isso não seria suficiente para procurar um apartamento, trabalhar e me estabelecer nessa minha nova cidade. Os cursos de alemão para iniciantes que fiz e o (extenso) tempo que passei praticando o idioma com um parceiro de tandem me proporcionaram uma base sólida – mas com um trabalho em tempo integral e outras responsabilidades, eu sempre avançava num ritmo mais devagar do que eu esperava. Trabalhando na Babbel, comecei a me perguntar se aprender com um aplicativo poderia ter me ajudado. E indo mais além: será que a aprendizagem móvel poderia ajudar quem, pelos mais diferentes motivos, teve de sair de seus país de origem, facilitando o seu aprendizado?
A Dra. Linda Bradley, professora de pedagogia na Universidade de Gotemburgo, na Suécia, interessada em saber como a aprendizagem móvel pode promover e facilitar a inclusão de pessoas em outros países. Ela enfatiza a importância do aprendizado de idiomas para quem que se restabelece no país de origem dela. Segundo Linda: “Para as pessoas que chegam a um país com uma língua menos comum, como o sueco, aprender a língua é um passo essencial para a integração na nossa sociedade. É por isso que o governo investe no ensino de sueco como língua estrangeira.” No entanto, Linda acredita que, para quem que não pode participar desses cursos ou querem aprender mais do que o cronograma de aulas permite, as ferramentas e métodos de aprendizagem de idiomas móveis têm muito a oferecer. “Idealmente, aplicativos e ferramentas móveis ensinam mais do que apenas gramática e vocabulário, como informações culturalmente relevantes também.”
Para um país com uma população relativamente pequena, a Suécia é incrivelmente diversa. Atualmente, residentes nascidos no exterior representam cerca de 17% da população. Todos os anos, bem mais de 100.000 pessoas se mudam para a Suécia devido a oportunidades de emprego ou por motivos familiares. Além disso, nos últimos cinco anos, a Suécia acolheu 600.000 refugiados.
No momento, Linda está coordenando um projeto de desenvolvimento de aplicativos móveis de aprendizagem para pessoas de origem árabe recém-chegadas à Suécia, com um foco especial em abordagens pedagógicas que usam tecnologia digital para aprender o sueco e a cultura sueca. “O projeto Minclusion se dedica ao desenvolvimento da linguagem digital e à comunicação intercultural”, afirma Linda. “A parceria com a Babbel foi uma ótima oportunidade para investigar o papel que os aplicativos comerciais para o aprendizado de idiomas, como a Babbel, podem desempenhar como parte das estratégias de aprendizagem”.
O estudo de caso: “Aprendizagem de idiomas para a integração”
Linda e sua equipe na Universidade de Gotemburgo e na Universidade de Tecnologia de Chalmers conduziram um estudo de caso para analisar a eficácia da Babbel para aprender sueco. Um grupo experimental e um grupo de controle foram montados selecionando aleatoriamente entre 52 participantes de um curso noturno de sueco como língua estrangeira para adultos. O grupo experimental usou Babbel durante 12 semanas em paralelo com o curso, que durou um semestre. A maioria dos participantes estava na Suécia por no máximo seis meses.
Este estudo foi a primeira vez em que a Babbel recrutou pessoas para um estudo em que o idioma de referência (L1) usado no aplicativo da Babbel não era o idioma materno dos usuários, mas um em que eram fluentes. Neste caso, inglês. Para garantir que todos os participantes do grupo experimental pudessem usar a Babbel em inglês para aprender sueco, era necessário que tivessem um nível mínimo de inglês falado, o intermediário superior (B2), de acordo com o Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas (QECR), o padrão europeu usado para mensurar capacidades linguísticas. Os participantes tinham uma grande variedade de idiomas nativos: ao todo, eram 19 línguas diferentes nos grupos experimental e de controle.
Os participantes do grupo experimental usaram a Babbel como complemento ao curso de sueco; tanto o grupo experimental quanto o de controle passaram por uma prova oral e uma de vocabulário no início e no final do estudo. Essas provas foram elaboradas com base no currículo e nos objetivos pedagógicos do curso de idiomas correspondente. No geral, os membros do grupo experimental que usaram a Babbel melhoraram a compreensão de substantivos e adjetivos/advérbios suecos. Além disso, fizeram grandes avanços quanto à melhora na entoação e fluidez. Outra constatação foi que os falantes não nativos de inglês foram capazes de usar o inglês como “idioma de referência” (idioma nativo) para melhorar a compreensão do sueco e sua entonação e a fluidez ao falar.
Linda relata que a experiência de quem utilizou a Babbel para aprender sueco, em geral, foi positiva, e a maioria dos participantes do grupo experimental manifestou interesse em continuar a praticar com o aplicativo. Os dados analíticos da Babbel para o grupo de estudo favorecem isso. Um participante de Uganda que, quase um ano após a coleta de dados ainda está aprendendo ativamente com a Babbel, recentemente nos enviou um e-mail dizendo: “Eu realmente gosto de usar o aplicativo porque é ele é intuitivo e muito rico em conteúdo, mas também de alta qualidade.”
Lena Koester, editora do curso de sueco da Babbel, que acompanhou os participantes por e-mail durante o estudo, acha que o “rico conteúdo” para os alunos de sueco é essencial para mantê-los interessados e engajados. “Os cursos de idiomas da Babbel oferecem uma variedade de temas – de comidas e feriados culturalmente significativos até situações no ambiente de trabalho. Essa diversidade de conteúdo permite que os alunos escolham o que querem aprender, de acordo com seus próprios interesses e com o que precisam praticar ou rever no momento”, aponta Lena. “O mais importante é que nossas aulas são baseadas em situações de comunicação da vida real.”
Os participantes do estudo não foram os únicos a se beneficiar: a equipe de desenvolvimento de produtos e especialistas em idiomas da Babbel também aprenderam mais sobre como melhorar o aplicativo. Elin Asklöv, por exemplo, que trabalha com a Lena como gerente de projetos para sueco na Babbel, acredita que projetos de pesquisa colaborativa como este oferecem uma valiosa oportunidade para refletir sobre formas de melhorar a experiência de aprendizagem para todos os alunos da Babbel.
“É sempre instrutivo ver como os alunos interagem com o produto. Recebemos muito feedback positivo sobre o conteúdo dos cursos, mas também muitas sugestões para melhorar o produto”, contou Elin. “Muitas dessas ideias estão alinhadas com o que já estamos fazendo: criar aulas mais curtas e mais variadas, formas que facilitem encontrar o curso certo para o nível certo, e oferecer mais orientação sobre como desenvolver um hábito de aprendizagem saudável. Muitas dessas melhorias estão agora em andamento de diferentes maneiras. É ótimo ver que estamos no caminho certo, pois reconhecemos que nossos usuários precisam de ainda mais apoio para atingir suas metas de aprendizagem.”
O relatório final (em inglês) contém uma visão detalhada de como os participantes de um curso de sueco como idioma estrangeiro para a integração na Suécia usaram o aplicativo da Babbel para complementar sua aprendizagem em sala de aula.