Encontros Remotos ep. 4: Um guia de uma introvertida para falar um idioma estrangeiro

Pia revela como falar melhor um idioma estrangeiro quando você é introvertido. Veja o quarto episódio de Encontros Remotos.

Eu venho percebido um avanço notável no meu espanhol nos último meses. Quando eu comparo a minha habilidade atual com a das minhas primeiras semanas aqui na América do Sul, eu vejo uma melhora enorme. E isso é incrível! Agora eu me viro em situações do dia a dia com facilidade e entro em conversas com menos medo e hesitação. Porém, por mais que minha autoconfiança tenha melhorado, eu percebi que ainda não posso contar completamente com isso, porque – pelo menos quando o assunto é falar um novo idioma – eu simplesmente não sou tão extrovertida quanto o Jimmy.

Alguns dias eu me sinto relaxada e focada e sou naturalmente extrovertida e autoconfiante, deixo de lado as dúvidas ou hesitações e respondo intuitivamente a qualquer bate papo. Às vezes eu finjo ter autoconfiança, um pouco como um ator que entra no personagem antes de ir para o palco na frente da plateia. Mas isso é exceção. Na maioria das vezes eu tenho que superar uma timidez inerente quando eu abro a boca, pensando nisso, eu mantenho alguns truques na manga que me dão autoconfiança o suficiente para ser ativa nas conversas.

Planeje com antecedência

Uma das coisas que me ajuda a não hesitar e engasgar nas frases é planejar. Antes de vivenciar uma situação específica, eu geralmente reservo uma hora para olhar o vocabulário que acho que vou precisar. Por exemplo, se eu vou ao mercado comprar frutas e legumes, eu me certifico de ter o vocabulário em espanhol relevante já “pré-memorizado” na minha cabeça. Se eu sei que vou explicar algo complicado para alguém, eu repito antes as frases na minha cabeça ou testo com o Jimmy antes de falar com um estranho.

## Seja o rei da improvisação

Planejar nem sempre funciona (sim, eu ouço muitas vezes uma resposta e não entendo nada), aí recorro à famosa linguagem universal dos gestos. Quando as palavras não vêm, improvise! Isso pode parecer a última coisa que uma pessoa tímida gostaria de fazer, mas, na verdade, tira um pouco a pressão e pode fazer uma situação complicada ficar mais fácil. Quando você se vê como um ator representando, você se distancia de emoções como preocupação ou vergonha. E mais, geralmente isso termina em muitas risadas e sorrisos. De qualquer forma, minha natureza introvertida faz desse processo algo exaustivo. Por isso eu me certifico de equilibrar as interações com as pessoas com o estudo, fazendo, por exemplo, exercícios sozinha.

Separe um tempo para estar só

O lado bom de ser introvertida é que eu adoro estudar sozinha. Até aqui, tenho que confessar: eu descobri que realmente gosto de conversar comigo mesma! Eu gosto de dizer as frases bem alto, ouvir a forma com as palavras soam, corrigir a pronúncia e tentar acertar os acentos e ênfases. Eu sinto essa mesma satisfação quando uso o aplicativo da Babbel e repito as frases das lições do meu podcast em espanhol. Planejar minhas frases e falar comigo mesma me deu mais autoconfiança para não me sentir intimidada falando apenas um espanhol básico com os nativos aqui.


Quando eu conheci Coria, eu usei todos esses truques. Eu estava animada sobre o fato de termos entrevistado uma mulher que era artesã local, e gostei do processo de aprender o vocabulário específico sobre tricô. Eu pratiquei minhas questões em alto e bom som até me sentir confiante e estava muito curiosa em saber o que ela iria responder. Quando começamos a conversar, o espanhol deixou de ser a questão central para mim, e sim Coria e sua arte era o que realmente importava. Eu me senti autoconfiante desde o começo.

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