Olha, todo mundo comete umas gafes — todo mundo.
Se você procurar, vai achar milhares de histórias engraçadas e vergonhosas. Eu conheço um americano que ao chegar na sua família de intercâmbio na França pensou na expressão I’m excited (eu estou animado) em inglês, mas acabou falando je suis excité em francês (eu estou sexualmente excitado). Também tenho uma amiga brasileira que achou que estava levando um fora e ainda sendo insultada pelo namorado mexicano quando ele mandou uma mensagem dizendo te extraño (sinto sua falta).
Acontece e tudo bem!
Mas, de vez em quando não está nada bem — volta e meia os erros de tradução são tão fatais que eles acabam custando verdadeiras fortunas.
Listei aqui algumas histórias horripilantes de tradução para que você veja a que nível um erro pode chegar e a situação escalar feio. Vamos lá!
Eu consigo sentir o cheiro
Em 2003, a empresa do whisky irlandês Irish Mist (névoa irlandesa) decidiu que estava na hora de expandir seu negócio internacionalmente. O destino? A rica Alemanha! Mas o lançamento foi uma surpresa negativa: os números de vendas foram decepcionantes. Logo, eles descobriram o motivo: em alemão, o termo Mist significa bosta (no sentido de dejetos de animais, como gado). O pior é que a versão alemã tinha o rótulo… “meio traduzido”: a garra exibia orgulhosamente o nome Irischer Mist (bosta irlandesa). Não preciso comentar que hoje você não vai encontrar esse excelente whisky nos mercados de Berlin, certo?
Preguiça bancária?
Em 2009 (olha, não faz tanto tempo), o banco britânico HSBC foi forçado a gastar 10 milhões de dólares só para substituir seus cartazes e publicidades na rua. O motivo? Sua campanha motivacional mostrava a frase: Some of man’s greatest achievements have been achieved by one simple philosophy: assume nothing (Algumas das maiores conquistas da humanidade foram alcançadas com uma simples filosofia: não assuma nada) — com uma ênfase na última frase. No fim das contas algumas más traduções do infame assume nothing acabaram transformando-o em do nothing (não faça nada). Estamos esperando nossas conquistas sentados até agora.
O paciente
Em 1980, um adolescente de 18 anos chegava em coma no hospital — a família de Willie Ramirez levou-o às pressas para o pronto-socorro na Flórida. Chegando lá, um pequeno problema: os membros da família só falavam espanhol. Um funcionário bilíngue foi acionado e a família lhe disse que Will estava intoxicado (envenenado). O tradutor prontamente informou em inglês que o paciente estava intoxicated (intoxicado — em geral termo usado para questões com álcool e drogas, não com veneno) — e o mal diagnóstico atrasou o bom tratamento do menino. A verdadeira tragédia desta história é que Will acabou tetraplégico, mas vale também citar que o processo da família Ramirez arrancou 71 milhões do hospital.
Mas, não vai bater um friozinho?
Em 1977, a companhia aérea Braniff Airlines (que anos depois se tornaria a atual American Airlines) investiu no luxo da primeira classe de suas aeronaves revestindo seus assentos com couro. Para atrair os desejos de possíveis clientes, lançou também uma campanha publicitária com o simples slogan Fly in leather (voe em couro). Nada de especial aqui, até que a expressão foi traduzida em espanhol para Vuela en cuero — que ao pé da letra seria a mesma coisa, mas na verdade en cuero é uma expressão idiomática para pelado(a). Nem mesmo os anos 70 estavam prontos para tamanha liberdade: a campanha precisou ser removida e as vendas de primeira classe caíram.
Se você diz, eu acredito
Também na década de 70, a hoje supercompanhia sueca Electrolux estava expandindo os seus horizontes — pela primeira vez um produto, seu novo aspirador de pó, sairia das fronteiras europeias e tentaria a sorte no mercado estadunidense. Para ter certeza que sua linguagem estava no ponto certo, uma agência de publicidade inglesa foi contratada. Parece uma boa estratégia, certo? Mas até mesmo variações dentro de uma mesma língua podem ser mal interpretadas. O slogan criado nothing sucks like Electrolux (nada aspira como Electrolux) pode ter funcionado bem nos confins das Ilhas Britânicas, mas nos Estados Unidos o verbo to suck é também gíria para “ser uma porcaria” — tornando assim as Electrolux as maiores porcarias do mercado. Palavras deles.
Se você não quiser perder centenas de milhares de dólares com más traduções e se tornar uma lenda urbana como as histórias acima, a solução é simples: ajudamos você não só a entender a gramática de outro idiomas, mas também a interpretar e usar as expressões da forma correta. E, se um errinho ou outro rolar, tudo bem, afinal todo mundo aprende com eles, não é mesmo?