O folclore do bicho-papão e outras ameaças sobrenaturais ao redor do mundo

Todo país tem uma extensa e rica tradição em evocar ameaças sobrenaturais para manter as crianças na linha.
bicho-papão

Todo país tem uma tradição rica e extensa em evocar ameaças sobrenaturais para manter as crianças na linha. Pode ser que os pais utilizem isso como último recurso, mas quando não se consegue fazer com que as crianças se comportem bem, há sempre um monstro assustador que dá conta do recado.

Ele tem muitos nomes e pode apresentar diferentes formas (e até mesmo sexos), mas todas as culturas do mundo o conhecem: um ser sombrio, elusivo, entidade diabólica que tem uma dieta rigorosa: crianças
malcriadas. Ele pode ser a encarnação do mal, mas também tem uma ligação com pais desesperados que não conseguem colocar seus filhos na cama na hora certa. Nós o conhecemos como bicho-papão, mas ao redor do mundo cada uma das diferentes culturas tem um nome diferente para esta criatura que faz ruídos misteriosos à noite.

Se você tem crianças pequenas em casa, e precisa colocá-los na linha, alguns vídeos no YouTube podem ser uma ferramenta educativa muito interessante, como O bicho-papão está no armário, do Aquarela Kids, ou a super série de lendas do folclore brasileiro, produzida pelo Animaflix, com o seu primeiro episódio: Lendas Brasileiras – O Bicho-Papão

Em um ponto os pais ao redor do mundo concordam: o medo é uma tática excelente.

bicho-papão boogeyman

Boogeyman

Inglaterra

conhecido como: Bogeyman, Bogieman, Boogie Man, Bogy, Bugbear

outros paradeiros conhecidos: países de língua inglesa

Similar ao bicho-papão no folclore brasileiro, Boogeyman é um fantasma sombrio e amorfo, que se esconde em lugares obscuros para assustar vítimas inocentes. Ele é mais um incômodo do que um perigo, e o seu poder é facilmente neutralizado pelo brilho da luz. O seu nome tem origem na Idade Média, onde a palavra “bugge” significa “algo assustador”.

bicho-papão holanda

Bokkenrijders

Holanda

outros paradeiros conhecidos: Bélgica e Alemanha

Os “cavaleiros de bode” são os equivalentes holandeses ao nosso bicho-papão: ladrões fantasmagóricos que são acompanhados dos seus bodes voadores. Foram lendas criadas por
bandos de ladrões no século XVIII para intimidar e aterrorizar comunidades de fazendeiros locais.

bicho-papão alemanha

Butzemann

Alemanha

conhecido como: Bütze, Buhmann, Mummelmann, Popelmann

outros paradeiros conhecidos: Holanda e Escandinávia

Um duende sem rosto ou um fantasma envolto em um capa. Ele se esconde em cantos sombrios, em baixo da cama ou dentro do armário e ataca crianças que não vão dormir na hora certa. O seu nome tem origem na Idade Média, da palavra alemã bôtzen (fazer bagunça) ou verbutzen (disfarçar ou dissimular).

bicho-papão espanha

Homem do Saco

Espanha

conhecido como: Hombre del Saco, Hombre del Costal, El Roba-chicos, Sack Man

outros paradeiros conhecidos: países do sul da Europa e América Latina

Na Espanha, o bicho-papão que coloca o terror nas crianças se caracteriza por um homem feio e esquelético que sequestra crianças bagunceiras em plena luz do dia e as carrega dentro de um saco. Dependendo
das variações regionais, ele as vende ou as devora. Em algumas culturas uma figura parecida com a do Homem do Saco trabalha como
o ajudante malvado do Papai Noel.

bicho-papão russia

Baba Yaga

Rússia

conhecido como: Baba Roga, Złota Baba, Ježibaba, gorska maika

Outros paradeiros conhecidos: países eslavos

Uma bruxa com conexões profundas e poderosas com a floresta. Ela mora numa cabana que tem pernas de galinha gigantes, se locomove em um almofariz voador e carrega um pilão gigante. Dependendo do grau de pureza ou bondade da pessoa, pode devorá-la ou ajudá-la.
“Baba” (Баба) significa “mulher” e “yaga” pode derivar da palavra pré-eslava serpente. Soa também parecido com as palavras polonesa “jędza” (bruxa), servo-croata “jeza” (horror) e eslavo-eclesiástica “jęza” (doença).

bicho-papão nigeria

H’awouahoua

Algéria

Na algéria o bicho-papão é um monstro com o corpo composto de partes de diferentes animais, olhos com bolhas de baba flamejante e uma capa feita com as roupas de crianças por ele devoradas.

bicho-papão

Tokoloshe

África do Sul

Seres aquáticos que cumprem ordens de bruxos malvados. Podem se tornar invisíveis ao beber água e causam todos os tipos de transtornos. Você pode se proteger deles, quando estiver dormindo, se colocar um tijolo em baixo de cada perna da sua cama. Mas, somente um feiticeiro poderá ajudá-lo a livrar-se para sempre deles.

bicho-papão nepal

Gurumapa

Nepal

Um gigante com garras enormes que come gente. Apesar dele achar delicioso o gosto de crianças é possível convencê-lo a não devorá-las. Hoje em dia ele desfruta de um banquete anual em troca de não devorar as crianças locais.

bicho-papão indonesia

Wewe Gombel

Indonésia

O espírito vingativo de uma mulher cujo coração despedaçado a levou a cometer suicídio. Diferente dos outros tipos de bicho-papão, ela sequestra as crianças para protegê-las de pais malvados. Ela toma conta delas, com muito carinho, no seu ninho localizado no alto de uma palmeira e se recusa a devolvê-las até que os pais se arrependam de seu comportamento negligente e abusivo.

bicho-papão japao

Namahage

Península Oga, Japão

Estes ogros vão de porta em porta no Réveillon à procura de crianças que não se comportaram durante o ano. Eles ficam muito felizes em tirar o peso dos ombros de pais, cujas crianças são preguiçosas, malcriadas ou que choram muito. O nome deles vem do famoso refrão – なもみコ剝げたかよ “Namomi ko hagetaka yo?” (“As bolhas já curaram?”) – que, supostamente insulta pessoas que ficam sentadas o dia inteiro preguiçosamente à lareira.

bicho-papão eua

The Jersey Devil

Nova Jersey, EUA

conhecido como: The Leeds Devil

No folclore americano, o equivalente ao nosso bicho-papão é Uma criatura parecida com um dragão, constituída de uma mistura estranha de
diferentes partes de animais e que possui um berro horrorizante. De acordo com a lenda
a criatura foi o 13o. filho de uma mulher terrivelmente azarada, chamada de “”Mãe Leeds”” no ano de 1735.
Desde então ela aterroriza aqueles que são tolos o suficiente para se aventurarem nos bosques de pinheiros à noite.

bicho-papão mexico

La Llorona

México

Ela afogou os seus filhos para poder ficar com um homem que, no final, a desprezou. Abandonada, acabou por se afogar. Porém, foi impedida de entrar no céu até que ela encontre os seus filhos. À noite, ela perambula pelas margens dos rios a procurá-los, chorando e gritando: “¡Ay mis hijos!” (“Ai, meus filhos!”), pegando qualquer criança que ela considere parecida com as suas. O seu nome é derivado do verbo espanhol “llorar” (chorar). Assim como a Banshee irlandesa, escutar o seu choro é considerado um presságio de morte.

bicho-papão belize

Tata Duende

Belize

Um pequeno duende barbado, sem os polegares e com os pés voltados para trás, considerado como protetor da Flora e Fauna. Os pais advertem os seus filhos que o Duende Pai (tradução literal) irá levá-los, caso estes fiquem até tarde na rua ou entrem na floresta à noite. A parte dos pés voltados para trás e a da proteção à natureza lembra muito a descrição do brasileiro Curupira.

bicho-papão

Mètminwi

Haití

Um homem com pernas incrivelmente longas que anda pelas cidades à meia noite para pegar e devorar qualquer um estiver pelas ruas. O seu nome é uma abreviação da palavra francesa “”maître”” (mestre) and “”minuit”” (meia-noite).

bicho-papão brasil

Cuca

Brasil

conhecido como: Coca, Cucuy

Além do bicho papão, uma outra criação do folclore brasileiro se disseminou sob a forma de uma canção infantil brasileira bem conhecida adverte as crianças a irem dormir. Caso contrário, a Cuca, uma mulher-jacaré, irá pegá-las. Ela é uma variação da portuguesa “Coca”.

Traduzido por: Pedro Werneck

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