As noites de Ano Novo nos remetem à alegria, aos espumantes e… claro, às resoluções para o ano que começa. Você se lembra dos planos que fez para este ano? Se a resposta é não, é porque provavelmente algo deu errado. Entre os planos mais comumente não realizados está, ao lado de se matricular na academia e parar de fumar, aprender um novo idioma. E, por mais variadas que sejam as razões que nos levam a traçar esse objetivo, a dinâmica é quase sempre a mesma.
Após algumas semanas de empolgação total, a motivação começa lentamente a diminuir. Quando chega o Carnaval, você nem se lembra mais onde está aquele livro de gramática comprado com tanto entusiasmo pouco tempo atrás. Dificuldade em aprender? Por que isso acontece? Por que achamos que aprender uma nova língua é algo impossível e tentamos sempre encontrar uma desculpa para desistir? Talvez seja por causa de alguns maus hábitos dos quais é bem difícil se livrar.
Vejamos juntos alguns desses vícios mais frequentes e como é possível corrigí-los.
Devagar e sempre
Quando a aventura de aprender um novo idioma começa, o entusiasmo parece não ter limites. Isso é ótimo para o pontapé inicial, mas não é possível depender para sempre dessa empolgação, pois ela vai diminuindo com o tempo. Passadas as fases da novidade e da empolgação, você não sabe mais onde buscar a vontade de estudar. Portanto, é bastante recomendável que essa energia seja gasta aos poucos. Faça as coisas com calma: distribua o entusiasmo ao longo dos meses e faça do estudo do novo idioma uma atividade regular e cotidiana.
Caso contrário, o que pode acontecer? Na primeira semana, você estuda todos os dias. Já na segunda, pula um porque está cansado. E depois outro. E outro. Até que um dia você olha para a pilha de livros em cima da mesa e o que era puro entusiasmo vira frustração.
Nossa dica: canalize o entusiasmo e faça com que o aprendizado se torne parte do seu dia a dia. Estudar dez minutos por dia durante vários meses trará resultados bem melhores do que uma semana de empolgação desenfreada seguida pela desistência.
As vantagens da memória curta
Não, não ficamos loucos. Mas temos uma mensagem para quem acha que decorar é a chave de tudo, que se gabam da sua memória fotográfica e que recitam listas de vocábulos. Não nos entenda mal, uma boa memória é certamente uma aliada… mas é necessário lembrar de usá-la e treiná-la corretamente.
Decorar frases inteiras pode ajudar em situações específicas e que não fujam do roteiro (por exemplo para retirar as malas no aeroporto), mas não ajudará em nada quando o assunto da conversa sair do capítulo do livro que você havia estudado.
Use a memória do jeito certo e faça com que ela se torne sua cúmplice: aprenda frases e palavras por meio de associações e jogos de palavras que ajudem você a lembrar depois. Quando estiver precisando expressar determinada ideia, se a palavra que você busca não vier à mente, uma semelhante virá.
Desse jeito, você não apenas estará estimulando sinapses no seu cérebro, mas lembrará de tudo por muito mais tempo. Tente e você se surpreenderá!
Nossa dica: a memória é sua melhor aliada se utilizada de modo inteligente.
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Ninguém é perfeito
Ninguém é perfeito e nem deveria tentar ser.
Um dos primeiros obstáculos que encontramos na busca da “fluência perfeita” em um idioma é a ambição prematura e inatingível de querer dominar a pronúncia e a gramática sem cometer erros. É claro que isso pode acontecer com tempo e prática, mas não deve ser de maneira alguma uma prioridade para a língua que você quer aprender.
Se gastamos muito tempo com uma regra gramatical particularmente complicada ou se queremos começar a falar apenas quando (e apenas se) estamos totalmente seguros de que não cometeremos erros, é muito provável que o interesse diminua depois de poucos dias ou semanas.
“Se não está perfeito, não começo a falar. E se não começo a falar, não melhoro e não posso mais aspirar a ser perfeito!” O círculo vicioso é bem evidente.
Nosso conselho: faça um esforço para perder o medo de errar. Logo você verá que o mundo não acaba quando você erra. Pelo contrário, você aprende muito com os seus erros.
“Muito trabalho e pouca diversão fazem de Jack um cara bobão”
A frase de Jack Torrance, personagem interpretado por Jack Nicholson em “O Iluminado”, se refere às pessoas que, ao trabalhar (ou estudar) demais, se esquecem das outras coisas da vida.
Você estudou com dedicação e disciplina, usou sua memória da melhor maneira possível e aprendeu que cometer alguns erros é muito melhor do que não tentar… e agora? Agora você merece uma recompensa!
Quando traçamos um objetivo complexo, como aprender uma nova língua, é importante, de tempo em tempo, reconhecer nossos progressos e comemorar.
Você conseguiu finalmente entender quase tudo durante uma conversa no novo idioma? Descobriu como pronunciar aqueles sons tão difíceis? Os pronomes não têm mais segredo?
Então chegou a hora de comemorar fazendo aquilo que você gosta! Assista a um filme, cante uma música em voz alta, escute rádio… claro que tudo no idioma que você está aprendendo! Integrar atividades prazerosas ao estudo fará com que a vontade de aprender não desapareça e que o conteúdo aprendido fique na memória por mais tempo.
Nosso conselho: chega de estudar como um louco. É hora de unir o útil ao agradável e de aprender se divertindo. (Afinal, você lembra o que aconteceu com o Jack no filme?)
Saiba o porquê
Aprenda a arte de ter uma meta em vista. Claro, alguém pode dizer que aprender pelo simples fato de aprender é o máximo do enriquecimento cultural.
Mas se você quiser ir até o final do caminho, é interessante saber porque você começou a percorrê-lo.
Por que você está aprendendo uma nova língua?
Por amor? Por um aumento de salário? Por que quer tentar a sorte no exterior? Por que odeia assistir a filmes dublados?
Tenha seu objetivo em vista e, a cada dia, olhe para a parte do trajeto que você já percorreu e repare como o topo da montanha está cada vez mais perto.
Nossa dica: ter um objetivo aumenta a motivação. Antes de começar, defina o seu!
traduzido por Gabriel Mestieri