Ilustrações por Paola Saliby
Nova Iorque é uma das cidades mais icônicas do mundo. Seja por ter sido tão retratada nos cinemas, seja por ter sido palco de muitos acontecimentos históricos, a capital nova-iorquina está no imaginário de muita gente.
Essa cidade não é apenas “mais uma cidade”. Nova Iorque é Nova Iorque! Inclusive, muitos nova-iorquinos fazem questão de falarem que são de Nova Iorque em vez de americanos. E, foi justamente por isso que eu fiquei curiosa para saber se a Big Apple também teria algo como o seu “próprio idioma”, afinal ela tem sua “própria cultura” por assim dizer – pensei em usar o termo nacionalidade, mas como podemos ver neste vídeo do Matthew, Nova Iorque é um caldeirão de nacionalidades.
Para se ter uma ideia, nós fizemos uma brincadeira com as pessoas em Nova Iorque. Nós convidamos o Matthew para andar pelas ruas da cidade falando os mais diversos idiomas e perguntamos às pessoas se elas saberiam dizer que língua estava sendo falada. Muita gente acertou vários idiomas e chegamos à conclusão: Nova Iorque é palco para uma diversidade de idiomas, gírias e expressões.
Agora, vamos saber um pouco mais sobre como os nova-iorquinos se comunicam?
Bodega
Bodega para nós pode soar bem divertido, mas em Nova Iorque se você quer comprar alguma bebida ou algum snack, pode ir na bodega da esquina. Resumindo, bodega é aquela vendinha da rua, pequena mas que sempre tem de tudo. (se quiser saber mais, bodega também significa mercearia em português).
“I’m off to a bodega to buy some groceries.” (Estou indo na mercearia fazer compras.)
Schlep
Schlep é uma palavra nova para mim, e nem soa tão inglesa sim – na verdade ela tem origem no alemão e no ídiche e significa “arrastar algo” ou “ir se arrastando”, mas de uma forma pejorativa, algo difícil de se fazer.
“I had to go all the way uptown to meet my account – it was a schlep!” (Eu tive que ir até o norte da cidade para me encontrar com meu contador – foi bem difícil!).
Whip
Whip significa carro. Quando você pega um táxi, por exemplo, você pegou um whip.
“I need to rent a whip.”
Beef
Não, não é um pedaço de picanha. Beef significa uma briga ou discussão – por exemplo NAS e Jay Z são um famoso “beef” do hip hop. Ou seja, ter alguma encrenca com alguém.
“I had a bad day, please don’t start a beef with me.” (Eu tive um dia ruim, por favor não comece uma briga comigo.)
Lit/twisted
Para quem gosta de um bom drink, lit é a palavra a ser usada quando você fica, digamos, “alegre”.
“He is so lit he can’t even talk!” (Ele está tão “alto” que nem consegue falar!)
Brick
Em Nova Iorque você não fala que está “cold“, você fala que está “brick“. “It’s brick out today son” é o que você vai ouvir das mães nova-iorquinas quando está muito frio lá fora. Mas, como um colega ressaltou, seria o equivalente ao “cold as hell“, afinal está tão frio, mas tão frio que ficamos igual a um tijolo (brick).
Dead ass
Sabe aquele nosso “juro por Deus!”? Bom, em Nova Iorque é o “dead ass“. Algo inacreditável, que aconteceu de verdade.
“She was so mad she burned his clothes, dead ass.” (Ela estava com tanta raiva que queimou as roupas dele, sem brincadeira!)
The city
Você não vai simplesmente para Manhattan, você vai para “the city“. Seria o equivalente ao nosso “centro”.
Schmear
Essa é uma das favoritas dos nova-iorquinos e bem popular. Schmear é um tipo de cream cheese que acompanha um bagel. A origem vem do ídiche.
To front
Quando você finge que tem, mas não tem. Ou seja, fazer “frente” para alguém, ou “botar banca”.
“He’s fronting, he don’t own none of that sht!”* (Ele está “fingindo”, ele não tem nada daquelas coisas!)
fuhgeddaboudit – forget about it
Existe até uma placa com essa expressão, que você pode ver ao sair do Brooklyn. A expressão significa literalmente esqueça isso, ou seja, algo que é improvável ou tem pouca probabilidade de acontecer. De tão popular, a expressão até entrou para o dicionário Oxford.