Ilustrações por Patrícia Mafra
Franceses e japoneses têm em comum sua adoração por gatos – assim como todos nós que perdemos bons minutos do dia quando nos deparamos com vídeos de gatinhos fazendo “gatices”. Essa fixação pelos felinos se reflete na língua (às vezes de forma não tão carinhosa) e o que vemos são inúmeras expressões em francês e em japonês que se referem aos bichanos. Aqui vão as minhas preferidas:
1. Neko no te mo karitai (猫の手も借りたい)
Tradução literal: Até a pata do gato quero emprestada
Significado: Estar tão ocupado(a) a ponto de aceitar qualquer tipo de ajuda, mesmo a “mãozinha” de um gato.
2. Avoir un chat dans la gorge
Tradução literal: Ter um gato na garganta
Significado: Estar rouco(a) – imagina ter um bichano peludo e de garras afiadas na garganta?
3. Neko jita (猫舌)
Tradução literal: Língua de gato
Significado: Na terra do lámen e do missoshiro, os “neko jita” são aqueles que têm dificuldade para ingerir comidas muito quentes.
4. Avoir d’autres chats à fouetter
Tradução literal: Ter outros gatos para chicotear (ô, dó!)
Significado: Ter mais o que fazer.
5. Neko wo kaburu (猫をかぶる)
Tradução literal: Vestir o gato, usá-lo na cabeça como um chapéu
Significado: Fazer-se de inocente, fazer-se de santinho(a).
6. Donner la langue au chat
Tradução literal: Dar a língua ao gato
Significado: Desistir de tentar adivinhar um enigma e pedir a resposta.
7. Unchi wo umeteiru neko no yō ni (ウンチを埋めている猫のように)
Tradução literal: Que nem um gato enterrando seu cocô
Significado: Estar muito ocupado(a) ou indisponível, como os gatos que ficam obcecados em enterrar sua própria sujeira e não conseguem fazer mais nada.
8. Les chiens ne font pas des chats
Tradução literal: Os cachorros não fazem gatos
Significado: As crias se parecem com seus pais, ou o nosso “filho de peixe, peixinho é”.
9. Neko no ko ippiki inai (猫の子一匹いない)
Tradução literal: Não tem um filhote de gato
Em francês: Il n’y a pas un chat
Tradução literal: Não tem um gato
Significado: Por coincidência, tanto o francês como o japonês usam a figura do gato para falar de um lugar que não tem absolutamente ninguém, como se estivesse “às moscas”.