Conexão Francês – Português: 10 expressões francesas engraçadas que os brasileiros deveriam adotar

Expressões idiomáticas revelam muito sobre como uma nação pensa. Na França, em vez de plantar batatas, as pessoas vão se ocupar de cebolas. Não entendeu? Bom, aqui vai uma lista de expressões em francês que também deveríamos adotar!
frances portugues
Ilustrado por Seb Braun

 

Uma das maiores recompensas de se estudar uma língua estrangeira é ir descobrindo aos poucos os mais variados – e surpreendentes – jeitos que os nativos se comunicam. Expressões cotidianas, e outras nem tanto, abrem uma janela para a forma de raciocinar de um povo e revelam muito sobre a cultura local. 

Aprender essas locuções linguísticas pode ser muito útil para se comunicar fluentemente, além de ser bem divertido. Abaixo, separamos algumas expressões em francês para ajudar você a dominar essa língua tão fascinante. Torcemos para que você também adote algumas delas, e torne a conexão francês – português ainda mais forte!

1. Ah, la vache!

Tradução literal: Ah, a vaca

Provavelmente, quando você ouvir essa expressão, nenhuma vaca vai estar por perto. Em teoria. Essa frase, na verdade, demonstra surpresa e entusiasmo com algo. Em português, seria algo como o nosso “caramba”, “meu Deus” e “minha nossa”.

2. Aller se faire cuire un œuf

Tradução literal: Ir (se) cozinhar um ovo

Quer mandar alguém deixar você em paz com finesse? Use esta frase. Há ainda uma expressão portuguesa semelhante com o mesmo valor: “Vá perturbar Camões”. E no Brasil, mandamos a pessoa não cozinhar ovos mas sim “plantar batatas” ou “catar coquinho”.

3. Occupe-toi de tes oignons

Tradução literal: Ocupe-se de suas cebolas

É uma versão menos rude do popular “vai cuidar da sua vida” em português. É muito mais carinhosa do que o nosso “não se meta onde não é chamado” de todo dia.

4. Pisser dans un violon

Tradução literal: Mijar em um violino

Essa frase não faz lá muito sentido em português. Mas não vá mijar nesse incrível instrumento, por favor! Ela é usada para expressar perda de tempo. Por exemplo: quando aquele seu amigo cismar em defender que a Terra é plana na mesa do bar, nem tente argumentar. Você vai estar “mijando no violino”. Ou seja, falando com uma parede. Guarde sua energia para algo mais produtivo!

5. Avoir le cafard

Tradução literal: Ter a barata

Ao pé da letra não dá para incorporar essa expressão ao seu vocabulário em português. Mas ela significa que alguém está se sentindo meio deprimido, triste. O famoso “estar para baixo”.

6. Les carottes sont cuites

Tradução literal: As cenouras estão cozidas

Já dá para entender aonde vamos com essa aqui, não? É a nossa versão de “o leite já foi derramado”. Ou seja, algo que não tem mais volta.

7. Noyer le poisson

Tradução literal: Afogar o peixe

Bom, não dá para fazer isso literalmente. Então, essa frase quer dizer: evitar um tema falando sobre outra coisa. Ou seja, confundir a outra pessoa voluntariamente até o ponto de ela esquecer o que vocês estavam discutindo.

8. Chercher la petite bête

Tradução literal: Procurar pela pequena fera

Em francês, essa expressão é usada para dizer que alguém está se esforçando bastante para encontrar um motivo para reclamar de algo. Você já deve ter escutado alguém falando “você está procurando pelo em ovo”. O sentido é semelhante.

9. C’est la fin des haricots

Tradução literal: É o fim dos feijões

É uma expressão diferente de “les carottes sont cuites”. Significa o “fim da linha”.

10. Pédaler dans la semoule

Tradução literal: Pedalar na semolina

Sabe aquela farinha amarela que a nonna (se você também teve uma avó italiana) usa para o macarrão? Imagine pedalar em um caminho cheio de farinha. Seria como pedalar na areia da praia. Difícil, né? Essa expressão significa ter dificuldade de fazer algo, ou ver cada tentativa não dar muito certo. O sentido é parecido com “tirar leite de pedra”.

 

Compartilhar:
Gabriel B.

Gabriel Bonis é jornalista, especialista em Direito Internacional para Refugiados e mestre em Relações Internacionais pela Queen Mary University of London. Ele passa a maior parte do seu tempo escrevendo sobre direitos humanos, ajudando refugiados a lidar com seus processos de asilo e estudando alguma língua nova.

Gabriel Bonis é jornalista, especialista em Direito Internacional para Refugiados e mestre em Relações Internacionais pela Queen Mary University of London. Ele passa a maior parte do seu tempo escrevendo sobre direitos humanos, ajudando refugiados a lidar com seus processos de asilo e estudando alguma língua nova.