Extraordinárias palavras ligadas ao verão de diversas partes do mundo

Leia o texto para confirmar se você conhece todas elas.
palavras ligadas ao verão

Talvez ainda não seja oficialmente verão no hemisfério norte (ele começa amanhã!), mas as temperaturas cada vez maiores, com certeza, já estão aquecendo nosso humor. Pesquisamos termos no mundo inteiro que deixam qualquer um empolgado com o verão. Confira!

Extraordinárias palavras ligadas ao verão de diversas partes do mundo

1. Badkruka (sueco)

Tradução: Alguém que se recusa a entrar na água.

O tempo está bem quente e você só pensa em uma coisa: ir para uma praia com os amigos e se jogar na água fresca. A única pergunta é: quem vai pular primeiro?

Por mais divertido que seja correr em direção às ondas, há sempre alguém que leva horas para apenas colocar os dedos dos pés na água. Seja por causa do frio ou mesmo por medo da água, os suecos têm uma palavra para essas pessoas: badkruka. Assim, é comum que elas ouçam: Kom i vattnet din badkruka! (Vamos lá, pule agora, seu badkruka!)

E por que essa expressão é tão comum? Bem, os suecos simplesmente adoram suas casas de veraneio. Estima-se que 1,8 milhão de suecos (20% da população do país) possuam uma casa de verão na Suécia, sendo os lugares mais populares o arquipélago de Estocolmo, Skåne, as costas leste e oeste, Halland bem como as ilhas de Öland e Gotland. Existem 95.700 lagos na Suécia com mais de 100 metros quadrados, o que equivale a cerca de 9% do território nacional. Entre eles, o “Lördagsträsk” (que significa algo como “pântano de sábado”) é considerado o lago com o nome mais engraçado.

2. Culaccino (italiano)

Tradução: Anel de água ou marca deixada em uma superfície por um vidro úmido.

Não há nada mais prazeroso para saciar a sede do que um copo de água fria, ou mesmo uma cerveja, um vinho ou um coquetel. Mas você sabe o que pode transformar um jantar em um pesadelo? O anfitrião esquecer de colocar na mesma uma base para os copos. O resultado desse erro comum são vestígios irritantes e resistentes (os culaccini) naquela mesa caríssima de mármore.

Se você estiver viajando pela Itália e quiser beber vinho no verdadeiro estilo italiano, certifique-se de saber de cor e salteado diversos detalhes sobre as regiões vinícolas do país. Afinal, você não gostaria de ser saborear o vinho errado na região errada, não é mesmo?  Experimente um Chianti na Toscana, um Valpolicella em Vêneto, um Nero d’Avola na Sicília ou então um Pinot Grigio na Lombardia, em Friul-Veneza Júlia ou no Trentino-Alto Adige.

E, por favor, não se esqueça de usar uma base para seu copo.

3. Dacha (russo, дача)

Tradução: Casa de campo ou de veraneio, típica da Rússia.

As chamadas dachas surgiram pela primeira vez no século XVIII. Etimologicamente, seu nome vem do verbo davat (давать, que significa “dar”), pois foi Pedro, o Grande, quem primeiro começou a presenteá-las a funcionários de seu governo e oficiais do alto escalão como recompensa por seus serviços. A prática foi também um meio de povoar a periferia de São Petersburgo, que era a capital recém-estabelecida da época.

De maneira informal, tanto os proprietários quanto os visitantes de uma dacha são conhecidos como dachniki (дачники). Em 1885, Anton Chekhov escreveu uma curta novela intitulada Dachniki sobre jovens casais que viviam na zona rural durante o verão.  

Uma dacha, no entanto, não é apenas uma segunda casa. Ela representa toda uma forma de viver longe da agitação urbana, ou seja, um lugar onde as famílias podem cultivar verduras, trabalhar no campo ou mesmo pescar e nadar nos rios. Atividades não faltam em uma dacha: você pode, por exemplo, colher frutos silvestres, cortar lenha, juntar folhas caídas ou aquecer um samovar para fazer chá. Depois de suar a camisa, uma boa pedida é saborear um shashlik tradicional (шашлык), que é um prato de carne grelhada e espetada (semelhante a churrasco), que foi previamente marinada em vinagre, cebola, sal e pimenta.   

4. Juilletistes / Aoûtiens (francês)

Tradução: Pessoas que tiram suas férias em julho ou agosto.

Você é um juilletiste ou um aoûtien?  Todo verão, uma mesma pergunta ressoa em todos os escritórios na França: quem sairá de férias em julho e em agosto? Os juilletistes são geralmente vistos como os mais preguiçosos, uma vez que são os primeiros a fazer as malas enquanto seus colegas ainda estão trabalhando — apenas para voltar ao escritório em agosto, quando há menos trabalho a ser feito. Os aoûtiens, por outro lado, são tidos como pouco originais e um tanto presunçosos, pois seguem bronzeados quando todos os demais estão de volta ao escritório em setembro.

Em geral, um a cada três franceses sai de férias em agosto. Somente em Paris, 42% da população deixa a cidade durante o mês de agosto. Se você está procurando o melhor momento para aproveitar a capital francesa, agosto deve estar no topo de sua lista.  

5. Meltem (turco)

Tradução: Brisa de verão que sopra da terra para o mar.

Se você já passou férias nas ilhas gregas ou na costa turca entre junho e setembro, pode ter experimentado um vento forte e seco vindo do Mar Egeu ao norte. Embora essa brisa não dure muito tempo e possa dar uma certa refrescada durante as habituais ondas de calor na região, ela pode se tornar algo mais sério se você estiver em uma praia de areia fina (coitados de seus olhos) ou em um restaurante ao ar livre (seus talheres sairão voando).

Mas não tenha medo: os nativos certamente indicarão a você as melhores maneiras de se abrigar do vento repentino. Uma dica é prender a toalha ou esteira na areia, usando cascalho ou algum peso, para evitar que ela se desprenda.

Meltem é também um belo nome turco dado a pessoas do sexo feminino.

6. Meriggiare (italiano)

Tradução: Descansar à sombra, para evitar o calor do meio dia.

Para compreender realmente o significado dessa palavra, que vem de meriggio (meio dia), você tem que ter experimentado o sol escaldante do Mediterrâneo. Apesar de ouvir o som gritante das cigarras, você não verá uma alma viva durante as horas mais quentes do dia. Para ganhar uma boa noção sobre o cansaço e a ociosidade provocados por esse calor debilitante, vale a pena ler o famoso poema Meriggiare pallido e assorto, de Eugenio Montale.  

7. Siesta (espanhol)

Tradução: Uma curta soneca feita à tarde, após o almoço.

Falando em calor debilitante no verão: talvez por causa dele, os espanhóis defendem como ninguém a prática do cochilo vespertino. De fato, existem muitas razões para você fazer uma siesta no verão. Além de evitar o calor do meio dia, você tem a sensação de trabalhar menos, pode desfrutar de um longo almoço com a família, tem uma pausa saudável à tarde e, o mais importante, se sente energizado o suficiente para finalizar bem seu dia. Para lojas e empresas, a siesta é geralmente das 14h às 17h. Bares e restaurantes, por sua vez, fecham às 16h para reabrir por volta das 20h ou 21h.

Em 2010, Madri realizou uma primeira siesta nacional para homenagear esse costume tão popular na Espanha.

8. Sommerloch (alemão)

Tradução:  Embora signifique literalmente “buraco de verão”, trata-se de uma expressão que indica uma época marcada pela preguiça, quando nada acontece ou se vende.

Quando não houver mais nada nas notícias além de gatinhos sendo resgatados, você saberá que entramos no período mais “lento” do verão, que os alemães chamam de Sommerloch. A fase também é conhecida como Sauregurkenzeit (tempo dos picles azedos), uma analogia à época em que o comércio de Berlim no século XVIII era abastecido por pepinos (Gurken) colhidos nas florestas vizinhas durante o final do verão.

Procurando por um exemplo típico de Sommerloch? Em agosto de 2011, todos os grandes veículos de comunicação na Alemanha voltaram sua atenção para Yvonne, uma vaca malhada que havia escapado de sua fazenda em Mühldorf e se escondido na mata, até ser finalmente capturada em setembro daquele ano. Câmeras infravermelhas, um helicóptero, videntes e a polícia foram envolvidos na busca — sem falar que um tabloide alemão chegou a oferecer 10.000 euros como recompensa a quem encontrasse a vaca.   

9. Uitwaaien (holandês)

Tradução: Dar um passeio ao vento, geralmente sozinho, para espairecer e tranquilizar a cabeça.

Eis uma palavra que descreve uma atividade para lá de descontraída. No verão, os holandeses aproveitam qualquer oportunidade para estar ao ar livre, mesmo que seja apenas por meia hora. Seja à beira-mar, na floresta, em um lago ou um parque, nada melhor e mais curativo do que encher seus pulmões com ar fresco, recarregando sua bateria e fazendo maravilhas para sua saúde mental.

10. Utepils (norueguês)

Tradução: Cerveja apreciada ao ar livre, muitas vezes a primeira fora da estação.

Embora os noruegueses possam desfrutar de uma cerveja gelada em qualquer época do ano, nada simboliza o verão como uma boa utepils. Nascida da palavra norueguesa ute (fora) com pils (abreviação de Pilsner), trata-se da melhor pedida quando se deseja beber uma boa cerveja na praia, no parque ou mesmo na privacidade de sua própria varanda ou jardim.

11. Yakamoz (turco)

Tradução: Reflexo do luar sobre as águas do mar.

Tente imaginar a cidade costeira de Marmaris sob uma lua cheia. Os turcos chamam de yakamoz o desenho cintilante que a luz provoca nas águas — algo que, aliás, segue aquecendo o coração e a memória durante o inverno seguinte. O termo vem da palavra grega diakamos (διακαμός) e se refere à fosforescência do mar, que também pode ser causada por peixes cintilantes ou por plâncton.     


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