Um encontro de poliglotas: o que foi falado (e em quantos idiomas)?

Em outubro passado, a Babbel patrocinou a Conferência Poliglota na Grécia. Nós conversamos com 6 palestrantes e 2 convidados para descobrir o que faz o coração desses apaixonados por idiomas bater mais forte.

A Babbel teve o privilégio de patrocinar a Conferência Poliglota em Tessalônica, na Grécia. Como geeks do ensino de idiomas, não foi difícil nos sentir em casa entre tantos especialistas e entusiastas apaixonados por línguas.

Durante os dois dias de evento, entrevistamos alguns integrantes dessa elite. O que aprendemos? Não existe certo ou errado na hora de se tornar poliglota. As palavras de sabedoria desses profissionais foram divididas em cinco vídeos curtinhos que você pode conferir a seguir.

O que faz alguém poliglota?

Por definição, um poliglota é uma pessoa que fala quatro ou mais idiomas fluentemente. Mas, como alcançar esse nível? De acordo com especialistas como Alexander Arguelles e Anthony Lauder, para se tornar um poliglota, você precisa se comprometer com um novo estilo de vida, em que o aprendizado deve ser uma prioridade diária. Talvez o interesse por idiomas comece como um hobby, mas, com tempo e disciplina, esse interesse pode evoluir para algo mais. Para um poliglota em treinamento, o próprio processo de aprender já é algo interessante e recompensador. No vídeo abaixo, Lauder diz: “Isso (aprender idiomas) me fez refletir sobre mim mesmo. Comecei a perceber o que acontece dentro do meu cérebro. E, se eu não tivesse aprendido idiomas, acho que essa habilidade não teria se desenvolvido da mesma forma”.

Compromisso

Como se comprometer com o aprendizado de idiomas – e continuar firme e forte?

O hiperpoliglota Michael Levi-Harris e a instrutora de idiomas Lydia Machová têm algumas dicas úteis:

O que Michael, Lydia e muitos poliglotas têm em comum é o fato de eles não se estressarem por achar o método perfeito para aprender. Em vez de esperarem ser ensinados, eles estão constantemente à procura de oportunidades para aprender e desenvolver seus próprios métodos.

Métodos

Ninguém na conferência discordou de que existem inúmeras razões para aprender idiomas – e todas são válidas. Mas, quando o assunto é a melhor forma de aprender, tivemos uma clara divisão de opiniões: métodos interativos versus tradicionais.

Talvez você imagine que, nessa discussão, tenhamos imediatamente tomado partido dos métodos interativos. Mas a verdade é que ambos os métodos têm seus méritos, como os participantes da conferência de lados opostos do debate dão aqui suas opiniões:

Materiais interativos de ensino, tais como aplicativos, têm o benefício de integrar fala, audição, escrita e leitura. Essa combinação de aprendizados passivo e ativo pode fazer com que você use o idioma de um jeito realista, mesmo que não conte com nenhum falante nativo com quem possa praticar.

Métodos tradicionais, como livros, cursos audíveis e professores, podem ajudar você a alcançar o mesmo resultado, embora tendam a ser mais caros. Se seu objetivo final é visitar um país e falar com as pessoas de lá, ambos os métodos podem fazer com que você se torne fluente. Melhor ainda se você tentar misturá-los! Para complementar o curso do aplicativo, por que não recorrer a métodos tradicionais que façam sentido para você? No aprendizado de idiomas, mais é mais!

Bilinguismo

De acordo com Gaston Dorren, autor do livro Lingo: A Language Spotter’s Guide to Europe, o bilinguismo dá acesso a mais de uma forma de pensar — e não apenas de falar. Quanto mais você se expõe a vários jeitos de pensar (ou seja, a vários idiomas), maior será a probabilidade de você ter a epifania que Dorren descreve no vídeo abaixo: novos jeitos de pensar às vezes podem ser melhores do que nosso padrão nativo de pensamento. Pessoas bilíngues não alternam entre dois sistemas para expressar os mesmos pensamentos, mas para mudar sua forma de pensar, suas experiências, suas emoções e, até mesmo, sua personalidade!

O cérebro dos bilíngues

Então, como falar mais de um idioma afeta o cérebro de uma pessoa? No vídeo a seguir, Ghil’ad Zuckermann, professor de Linguística e Idiomas em Extinção na Universidade de Adelaide, na Austrália, conta como pessoas bilíngues processam informações de forma diferente daquelas pessoas que falam apenas seu idioma materno.

Bebês expostos a múltiplos idiomas mostram sinais de maiores habilidades cognitivas na área de reconhecimento de padrões – e isso mesmo antes de aprender a falar! Mas existem boas notícias para o resto de nós também: aprender um idioma em algum outro momento da vida nos torna mais espertos – ou, pelo menos, mais racionais e responsáveis. Estudos mostram que, ao utilizarem um idioma estrangeiro, as pessoas tendem a fazer decisões de negócios mais racionais. Por outro lado, ao se expressarem em seu idioma nativo, elas ficam suscetíveis a agir de forma mais impulsiva e emocional.

Nas palavras de Zuckermann: “Ao aprender um idioma estrangeiro, você ficará mais inteligente e responsável”.

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