Para quem está planejando uma viagem a São Paulo e então sobrevoa a cidade, pode ter uma ideia do tamanho da maior metrópole do hemisfério sul. Nessa metrópole sul-americana, uma viagem de ponta a ponta pode levar mais de duas horas de carro. E isso nem surpreende os mais de 12 milhões de habitantes da capital paulista, responsável por mais de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
Com tanto espaço e tanta gente, há muito o que se explorar em São Paulo. Em tempos pré-pandemia, a cidade recebia mais de 14 milhões de turistas por ano (cerca de 2,5 milhões deles estrangeiros). Além da paisagem às vezes cinzenta e do trânsito quase sempre lento, esses visitantes puderam escolher entre 20 mil restaurantes, 30 mil bares, e 158 museus!
Se você ainda não fala português e quer visitar São Paulo, contudo, é provável que encontre algumas barreiras linguísticas. No Brasil, segundo um levantamento do British Council, apenas 5,1% da população de 16 anos ou mais tem algum conhecimento do idioma inglês, por exemplo. Então, vale a pena aprender algumas frases simples em português.
E não se preocupe! A Babbel preparou dicas para te ajudar a se virar em São Paulo, incluindo vocabulário/diálogos úteis e até pitacos sobre o que fazer/comer.
São Paulo é caótica
É sempre bom lembrar que o trânsito em São Paulo é colossal. Dados oficiais de 2020 indicam que a cidade tem mais de 8,7 milhões de veículos em circulação. Logo, para não se atrasar, saia bem antes de um compromisso. Nem sempre um taxi vai conseguir te salvar.
Falando em taxi, São Paulo tem muitos serviços de transporte particulares. Os taxis “tradicionais” ainda existem, apesar da competição com empresas como Uber. Mas o melhor é evitar pegá-los aleatoriamente nas ruas, pois é difícil saber se esses carros são autorizados a operar.
Uma opção mais segura é ligar para uma cooperativa/empresa de frota de taxis e pedir um carro, ou usar apps como 99 e Easy Taxi. Para corridas com carros particulares, também há Uber, Cabify, Wappa, entre outros.
Se você optar pelo transporte público, tente evitar as horas de pico (entre 7 am e 9 am, e 6 pm e 8 pm). Estações de metrô/trem centrais como a Sé ou a Luz são tão lotadas nesses horários que é quase impossível chegar nas plataformas.
Para utilizar o transporte público, é preciso comprar um cartão chamado Bilhete Único (mais informações aqui). Em geral, pode-se adquirí-lo na maioria das estações de metrô ou pontos de recarga.
Outra dica: para saber quais linhas de trem/metrô/ônibus pegar, use o Google Mapas ou o aplicativo Citymapper.
Como chegar e sair do aeroporto?
Para deixar o aeroporto internacional (ou para chegar lá), uma opção interessante é usar o serviço de shuttle. O bilhete custa por volta de R$ 33,00 e o ônibus deixa os passageiros em estações na Avenida Paulista (Via República), na Rodoviária do Tietê, na Rodoviária Barra Funda, e no Aeroporto de Congonhas. Eles partem do terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, das 6 am às 1o pm (ou das estações mencionadas acima). A passagem pode ser comprada online aqui.
Existe ainda a alternativa de sair/chegar ao aeroporto via trem. Segundo o aeroporto, a Estação Aeroporto–Guarulhos, da linha 13-Jade, fica a pouco mais de 3km do local. De lá, a “linha liga o GRU Airport a estação Engenheiro Goulart, de onde se tem acesso a Linha 12 – Safira, que segue até as estações (connect) Tatuapé, Brás e (airport express) Luz”.
O Acesso Aeroporto fica perto do estacionamento do Terminal 1. Ali, os passageiros embarcam em um “serviço de transfer gratuito”, que os leva a outros terminais. Mais informações aqui.
A linha funciona de domingo à sexta-feira, das 4 am à 0 am; aos sábados, das 4 am à 1 am. O preço da passagem é R$ 8,80 e se paga em dinheiro na estação.
Na saída dos terminais de desembarque, os passageiros facilmente encontram táxis da Guarucoop, a cooperativa de taxistas que opera com exclusividade no aeroporto. Os serviços oferecidos são tabelados e disponíveis 24 horas. É possível agendar uma corrida online e consultar o preço aqui.
Por fim, se você tiver uma carteira de motorista internacional, pode alugar um carro diretamente no aeroporto. Mais informações aqui.
As jóias culinárias da cidade
Como já falamos, São Paulo tem milhares de bares e restaurantes, com uma variedade enorme de pratos e bebidas. Quando falamos de restaurantes, exemplos recentes de estabelecimentos que alcançaram prestígio internacional incluem A Casa do Porco, D.O.M., e Mocotó (que, vale lembrar, tem uma fila enorme na porta).
Mas, ao menos para parte dos paulistanos, comida boa não está em restaurantes. Um dos pratos mais famosos e tradicionais da cidade é o sanduíche de mortadela do Mercadão (Mercado Municipal de São Paulo) e sua quantidade abismal de recheio.
Aliás, passar algumas horas no mercadão é um passeio mais do que recomendável. Não perca a chance de explorar frutas, pratos “estranhos”, barracas curiosas, bares e restaurantes. A arquitetura do prédio também é incrível.
Se você estiver procurando um passeio a céu aberto, é nas feiras livres que (ao menos para mim) vai encontrar o lanche e a bebida mais paulistanos: pastel frito e caldo de cana. Em qualquer feira de respeito (e muitas acontecem todos os dias – veja a lista por bairros aqui), há de existir uma barraquinha vendendo pastel com diversos recheios (desde carne moída, a bacalhau, e queijo) e uma maquininha barulhenta moendo a cana de açúcar.
Aos fins de semana, não perca tempo e vá ao bairro da Liberdade, no centro. Conhecida por sua ampla comunidade japonesa, essa área tem mercados asiáticos, artesanato, feiras de ruas com pratos típicos, e muitos restaurantes charmosos e baratos.
E as menções honrosas de outras áreas com vida noturna interessante e bares vão para a baixa Augusta e a Vila Madalena. Nesses locais, há desde botecos baratinhos com quitutes oleosos (peça bolinhos de bacalhau ou mandioca frita) a opções mais refinadas.
Para beber, há desde a tradicional caipirinha (cachaça, limão, açúcar, e gelo) e o chope “estupidamente gelado” (falamos um pouco sobre essas bebidas aqui) à nova safra de gins produzidos no Brasil, que, segundo um amigo paulistano, viraram uma febre local.
Seja qual for a sua opção, uma curiosidade é que em bares brasileiros é comum pedir uma garrafa grande de cerveja (0 “litrão”) e compartilhá-la com quem estiver na mesa. Cada um ganha o seu copo (muitas vezes bem pequeno) e um pouco da bebida.
Em geral, é possível pagar com cartão de crédito/débito na maioria dos estabelecimentos, mas sempre carregue algum dinheiro para comprar algo na rua.
Curiosidades e segurança
São Paulo é relativamente secura, mas preste atenção aos seus pertences. Assim como em qualquer outra cidade grande, pickpockets (ou batedores de carteira, em português) estão por toda parte. Dica importante: evite andar desatento pela rua usando o celular, pois é possível que alguém o arranque de sua mão em um piscar de olhos!
Enfim, falemos de futebol!
A influência do esporte favorito dos brasileiros pode ser sentida por toda a cidade. São Paulo é o lar de três dos maiores clubes do país (e da América do Sul): Corinthians, Palmeiras e São Paulo. E os paulistas gostam tanto de futebol que adotaram o Santos como um time da capital, embora ele seja do litoral do estado.
Todos esses clubes têm estações de metrô batizadas com os seus nomes Palmeiras-Barra Funda, Corinthians-Itaquera, São Paulo-Butantã e Santos-Imigrantes.
Para os interessados, os estádios desses times podem ser visitados. O Palmeiras é dono do Allianz Parque, um dos estádios mais modernos do mundo. O Corinthians joga na Arena Itaquera, que sediou diversos jogos da Copa do Mundo de 2014. O São Paulo manda suas partidas no Estádio do Morumbi, um dos mais importantes palcos do futebol paulista.
E para quem quiser entender a historia do futebol no Brasil, vale uma visita ao Museu do Futebol (mais informações aqui) em um outro marco da cidade, o Estádio Pacaembú.
Uma viagem a São Paulo – Diálogos úteis
Estudar alguns diálogos curtos pode te ajudar em certas situações, como pedir ajuda. O objetivo não é aprender português em si, mas lembrar palavras usadas nessas conversas e, ao menos, saber o contexto da discussão. Por isso, deixamos um glossário no fim deste texto com palavras importantes no dia-a-dia.
Antes de partimos para os diálogos, abordemos o uso de saudações em português. Em geral, no Brasil, as duas palavras mais comuns para essa finalidade são “oi” e “olá”, seguidas de uma destas frases: “tudo bem?”, “como vai?”, “como estás”, ou “como você está?”.
Oi e olá têm o mesmo significado e são intercambiáveis. Os complementos da saudação, aquelas perguntas sobre como a pessoa com quem se fala está, também representam sentido similar. A sua escolha é uma questão pessoal e, às vezes, de concordância verbal (neste último caso, quando se pergunta a alguém como outra pessoa está, a forma correta é “como ele/ela está?”, porque trata-se de um sujeito na terceira pessoa do singular).
Então, as saudações podem se parecer com esses exemplos:
- Oi, tudo bem?
- Olá, como vai?
- Oi, como você está?
Uma resposta positiva e direta seria algo como “tudo”, “tudo bem”, “tudo certo”. Uma resposta negativa pode aparecer como “não”, “não muito”, “mais ou menos”, entre outras opções.
- Oi/olá, tudo bem?
- Tudo.
- Mais ou menos.
Pedir direção (como encontrar uma estação de metrô/restaurante/bar/etc)
- Oi/Olá! Como faço para chegar à estação XXX (ou nome do restaurante, bar, etc)?
- Fica ali na esquina/Fica no próximo bloco.
A resposta também pode envolver instruções como “siga em frente por duas quadras”, “vire à esquerda/direita na próxima rua”, “siga reto por cinco minutos”, etc.
Para quem precisar de uma ajudinha extra, peça para te mostrarem o local.
- Você pode me mostrar onde fica a estação, por favor?
- Sim, claro. Te levo lá.
Pedidos em bares/restaurares
É possível ser direto e pedir um drink/prato falando a primeiro a quantidade + o nome do item + por favor.
- Um chocolate quente, por favor.
- Um café, por favor.
- Duas cervejas, por favor.
A resposta, dependendo da bebida, pode ser algo como:
- Claro. Com ou sem açúcar?
- Com açúcar, por favor.
- Com ou sem gelo?
- Sem gelo, por favor.
Para quem deseja fazer um pedido de forma mais complexa, há opções como:
- Eu gostaria de um (nome do prato/drink), por favor.
- Eu quero um (nome do prato/drink), por favor.
Caso você tenha alguma alergia, pode perguntar ao atendente: “Tem XXX neste prato/drink?”, ou “esse prato/drink tem XXX?”. A resposta será “sim” ou “não”.
Outras frases
Diálogos básicos para indicar desejos, atividades e convites seguem uma estrutura semelhante. Por exemplo:
Eu + (verbo querer na primeira pessoa do singular) + (verbos de ação no infinitivo: ir/fazer/comprar/ver/visitar) + algo/lugar/atividade ou Eu + gostaria de + (verbos de ação no infinitivo: ir/fazer/comprar/ver/visitar) + algo/lugar/atividade.
- Eu gostaria de fazer o check-in/out, por favor.
- Eu quero ir ao cinema.
- Você gostaria de ir ao museu comigo?
Outra aspecto importante em viagens é saber os preços de produtos. Para isso, basta perguntar “quanto custa?” e apontar em direção a um item/objeto. A resposta, em geral, será um número: quarenta e cinco reais (R$ 45,00), trezentos reais (R$ 300,00), etc.
Por fim, deixamos abaixo algumas frases para iniciar conversas:
- O que você faz/Qual é a sua profissão?
- De onde você é? Você mora aqui?
- Você gosta desta cidade?
- Você gosta de esportes?
- Qual é a sua cidade favorita?
Fazer uma viagem a São Paulo -Glossário
- coisa
- casa
- tempo
- ano
- dia
- vez
- homem
- mulher
- senhor/senhora
- bom
- ruim
- grande
- pequeno
- melhor
- pior
- certo
- errado
- primeiro
- último
- sim/não
- quando
- quanto
- ele/ela/eles/elas
- agora
- depois
- igual
- mesmo
- carro
- rua
- bar
- restaurante
- comida
- lanche
- almoço
- jantar
- sobre
- porque
- trabalho
Verbos mais comuns:
- Ver
- ser
- ir
- estar
- ter
- haver
- fazer
- dar
- ficar
- poder
O nosso texto sobre uma viagem a São Paulo despertou o viajante que existe em você? Então, leia os seguintes artigos: